Eu podia iniciar mais essa narrativa contando como transcorreu maravilhosamente bem a semana que passamos em Krattas, como eu conclui meu treinamento e consegui ampliar o leque das minhas disciplinas. Podia contar como meus bravos e valorosos camaradas fizeram bom uso do equipamento que reunimos para ampliar seus talentos em combate. Mas mais uma vez, para infelicidade total dessa humilde trovadora que vos fala, eu terei de compartilhar uma falha grosseira e descabida de nosso brutamontes acéfalo particular.
Após distribuir as armaduras folha, a proteção de pedra de sangue, o escudo de cristal e o cristal para arqueiros entre o grupo, fomos mais uma vez acompanhar o anão Danhill na proteção de uma caravana com a benção de Velior, meu iluminado orientador. Apenas Ônix optou por ficar e terminar seu treinamento nas artes místicas arcanas do além. Nosso objetivo era levar suprimentos a uma vila pequenina e de lá retornar, tudo consumindo pouco mais de dois dias. Uma missão simples, rápida, para deixar o Um Olho mais que orgulhoso.
Gostaria de dizer, como dizia o grande poeta Carlond Drummond: “tinha um troll no meio do caminho, no meio do caminho tinha um troll”, mas infelizmente nós que levamos o nosso problema na carroça. Tão subitamente quanto uma raposa furtiva, Massa´han Dubba saltou da carroça e atacou dois ursos indefesos que assistiam a passagem da caravana. À despeito de meus gritos suplicantes para que ele desistisse, o colosso de intelecto diminuto persistiu no ataque à mãe ursa que defendia seu filhote. Para meu total desalento, nosso destemido líder Francis Drake foi tentar resgatar o troll, enquanto a caravana seguiu avançando com minha concordância e a de Danhill.
Pouco havíamos avançado, quando o jovem Aang resolveu ir buscar os dois, uma vez que não retornavam, levando Portusss com ele. O garoto tinha boas intenções, além de certas ilusões quanto ao “tio Massa” (depois me contaram que a mamãe ursa havia vitimado nosso líder e nosso animal de estimação, cujas carcaças jaziam largadas no mato a espera dos abutres).
Foi assim, separados e despreparados que, obviamente, fomos pegos em uma emboscada. Salteadores derramaram sobre nós uma saraivada de flechas. Eram seis ao todo e não fossem as habilidades sem fim de Li´Ankh, a furtividade letal de Hermione e minhas flechas miraculosas, temo que não haveria história alguma a ser contada, ou ao menos quem a contasse. Pelo visto, tudo isso serviu para mostrar o verdadeiro bastião de competência dentro desse grupo, formado pela ala feminina. (Penso agora em comprar uma coleira com fucinheira para o troll, além de passar algumas tarefas domésticas para os rapazes...)
Infelizmente, o condutor da carroça foi ferido, assim como o anão Danhill e Hermione. Com o tempo que perdemos, nossos atrasados camaradas puderam nos alcançar após gastarem as poções de recuperação que havíamos comprado. Reagrupados, mas combalidos, conseguimos chegar à pequena vila de Daichê, onde as coisas conseguiram ainda causar alguma estranheza.
Na estalagem fomos informados sobre um toque de recolher imposto pelo prefeito anão Telarin, enquanto buscávamos curar nossos feridos. Eu ainda me atrevi a inspecionar as ruas, mas rapidamente fomos orientados a deixá-las e retornar aos nossos quartos pelos guardas locais.
2 comentários:
É um problema para um garoto de doze anos se espelhar em heróis de natureza tão duvidosa. Acho que buscarei nos referenciais femininos a força necessária para crescer como um líder!!!
Aliás, ainda mais com essas beldades da arte da tia Callabis...
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